FernandoLeiteFernandes-Poesias.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

"FAZENDEIRO"


(Poesia, que a chuva é fria)
  
 Gosto de trazer o paletó, desse jeito:
dobrado no braço.
Quando ando assim, olho as pessoas
e lembro meu pai, que conheci tão pouco.
Os pardais da praça fazem troça quando passo.
Parece que zombam da minha calça de tergal azul,
que muda de cor no sol,
fica lilás.
Enquanto caminho, falo sozinho,
recito velhas poesias, canto modinhas antigas.
Os dedos das mãos e da memória
guardo ocupados.
Contam meus bois que ninguém vê.

O meu pasto é de nuvens.


(FernandoLeiteFernandes - Campos, dezembro de 1996, do século 20)

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